Os sisos ou terceiros molares são dentes que ficam frequentemente inclusos, isto é, não nascem. Segundo os estudos, na população, cerca de 20 a 30% dos terceiros molares encontram-se inclusos.
De certeza que já conheceu alguém que teve que extrair os dentes do siso! E, de certeza também, que já ouviu testemunhos muito diferentes quanto à cirurgia. De facto a cirurgia para extrair os dentes do siso pode ser um procedimento complexo, dependendo da posição, idade ou complicações que o dente ou o indivíduo apresente.
Gostava que o seu filho não tivesse que passar por isso?
Quer evitar ter complicações com os dentes do siso? Descubra neste artigo a solução.
A formação da coroa do terceiro molar completa-se aproximadamente aos 16 anos. A erupção deste dente na cavidade oral ocorre, na generalidade, entre os 17-24 anos de idade e as suas raízes terminam a maturação por volta dos 25 anos.
Mas, estes dentes apresentam elevada prevalência de inclusão, alteração e má posição. Em alguns casos este dente pode até não existir. Isto porque devido aos recentes hábitos alimentares, de dieta mais mole, os maxilares estão a diminuir de tamanho, e por isso os sisos não têm espaço na boca para nascer.
Geralmente estes dentes apresentam-se assintomáticos, sem dor e muitas vezes o paciente só sabe da sua existência quando vai à consulta de medicina dentária e faz uma radiografia.
Também pode ocorrer que o dente se encontre semi-incluso, ou seja nasce metade do dente e a outra metade fica coberta por gengiva.
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Estudos realizados mostram que, mesmo quando assintomáticos, os sisos podem exercer influência negativa noutros dentes.
A literatura descreve diversas complicações associadas aos terceiros molares inclusos: pericoronarites (a gengiva que rodeia o dente fica inflamada e aumenta de tamanho); cistos odontogénicos; tumores malignos e benignos; ulcerações; dor; edema; infeções sistémicas; cáries; reabsorções radiculares ou defeitos periodontais no dente adjacente.
Estes efeitos podem ser observados em jovens, adultos ou idosos.
Nestes casos, a remoção profilática do terceiro molar mandibular incluso está indicada para prevenir patologia e otimizar a saúde. Ou seja, extrair o dente do siso assim que se forma a coroa para prevenir este tipo de complicações. Este procedimento cirúrgico designa-se por germectomia.
A germectomia está, por isso, indicada em dentes que se preveja a inclusão. Desta forma iremos simplificar o procedimento cirúrgico e a melhorar o pós-operatório.
Além disso quanto mais tarde for realizada a extração do terceiro molar incluso, maior o risco de complicações sistémicas. Se tivermos a falar, por exemplo, de um paciente idoso que faz medicação, ou que tem algum tipo de doença sistémica que compromete a cicatrização.
Mas este procedimento é alvo de alguma discordância na literatura publicada sobre o tema.
- A American Public Health Association, em 2008 emitiu uma declaração baseada em evidência, na qual se opunha à remoção de terceiros molares assintomáticos.
- A American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons em 2012, publicou indicações de remoção de terceiros molares assintomáticos, suportadas por estudos clínicos que demonstraram achados patológicos associados a estes dentes.
- A Sociedad Española de Cirurgía Bucal (SECIB), em 2017, indica a extração profilática de terceiros molares em que existe risco posicional de dano, alto risco de pericoronarite e acumulação de placa bacteriana no segundo molar.
- A Royal College of Surgeons recomenda a exodontia profilática destes dentes como prevenção de defeitos ósseos, pericoronarites, lesões do nervo alveolar inferior e cárie.
Este estudo refere-se a uma complicação frequente relacionada com estes dentes, aquando da sua extração, que é a parestesia. Tal ocorre porque as raízes destes dentes podem contactar directamente com o nervo alveolar inferior. Nestes casos a sua remoção é de tal forma difícil que se torna impossível evitar a lesão deste nervo.
Como tal, é fundamental o aconselhamento com um médico dentista sobre os sisos.
Nós iremos avaliar a possibilidade de extrair estes dentes, assim que a coroa se forma, por volta dos 16 anos. Ou seja, realizar a germectomia. E conseguir assim evitar cirurgias mais complexas e diminuir o risco de complicações futuras.
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